Globo de Ouro de surpresas coroa Sam Mendes, Quentin Tarantino e a HBO

Obra de guerra 1917 foi o melhor filme de drama e Sam Mendes desbancou gigantes como diretor. Crédito: Divulgação

Foi um ano de muitos grandes filmes, como há um tempo não acontecia. Talvez isso justifique ausências de obras tão grandiosas, como Nós (Jordan Peele) e Adoráveis mulheres (Greta Gerwig). Sendo assim, nada mais justo do que uma premiação diluída. Poucos saíram de mãos vazias na 77ª edição do Globo de Ouro, dito por muitos como menos previsível do que o Oscar - que acontece em 9 de fevereiro e terá os indicados conhecidos na próxima segunda-feira.

No cinema, destaque para 1917 (melhor filme de drama e direção, com Sam Mendes) e Era uma vez em... Hollywood (melhor filme de comédia, roteiro e ator coadjuvante, com Brad Pitt). Na TV, a HBO foi a grande vencedora: Chernobyl foi escolhida como melhor minissérie, Succession - em sua segunda temporada - faturou como melhor série de drama e melhor ator, Brian Cox.

A Netflix, recordista de indicações, sofreu revés, com apenas duas vitórias: Laura Dern, coadjuvante em História de um casamento, e Olivia Colman, melhor atriz em série de drama por The crown. O caríssimo O irlandês, de Martin Scorsese, e o elogiado Dois papas, do brasileiro Fernando Meirelles, saíram zerados. Quem diria...

A abertura da temporada de premiações em 2020 foi realizada em Los Angeles, nos Estados Unidos, e foi apresentada (pela quinta vez) pelo comediante Ricky Gervais - com piadas de gosto duvidoso sobre pedofilia, racismo e pessoas baixas, causando até certo constrangimento. A cerimônia consagrou os melhores filmes e seriados em 25 categorias - 14 de cinema e 11 de TV.

O favorito Joaquin Phoenix foi o melhor ator de drama, por Coringa. Crédito: Kevin Winter/AFP

Como o prêmio é concedido pela imprensa, e não pelos membros da Academia de Hollywood, o Globo de Ouro não é bem um grande termômetro do próximo Oscar - o SAG Awards cumpre mais o papel, apesar de só premiar atuações. E, no próximo domingo, tem o Critics’ Choice Awards. Ainda assim, os vencedores de ontem certamente largaram na frente. Casos do ator Joaquin Phoenix, pelo já mítico trabalho em Coringa, e da atriz Renee Zellweger, por Judy. 

Grandes diretores e grandes atores estiveram na disputa. “Eles são deuses para mim”, disse Brad Pitt, ao vencer como melhor ator coadjuvante, sobre seus concorrentes: nada menos que Al Pacino, Anthony Hopkins, Tom Hanks e Joe Pesci. Algumas categorias surpreenderam, mas foram merecidas, como a de melhor atriz, para Awkwafina (The farewell) e até de diretor, para Sam Mendes pelo filme de guerra 1917 - Martin Scorsese e Quentin Tarantino eram as maiores apostas.

Elton John subiu ao palco com Bernie Taupin para receber o prêmio de melhor canção com I’m gonna love me again, de Rocketman, sua cinebiografia. O cantor também viu o ator que o interpretou na telona, Taron Egerton, levar o troféu. Na trilha sonora, Coringa foi coroado. 

Na festa do glamour e das roupas de gala, os discursos políticos também foram afiados. Patricia Arquette criticou Donald Trump e a guerra contra o Irã, ao conquistar o prêmio como melhor atriz em filme para TV. Russel Crowe, melhor ator em minissérie, não esteve presente por estar com a família na Austrália, seu país natal, de onde mandou declaração lamentando os incêndios no país e pedindo para o mundo usar mais energias renováveis. Michelle Williams, melhor atriz em minissérie por Fosse/Verdon, foi bastante aplaudida com um discurso de igualdade de gênero.

Phoebe Waller-Bridgen alfinetou Trump ao enaltecer o ex-presidente Barack Obama. Phoebe, vale ressaltar, foi uma das mais festejadas, por vencer como atriz e a sua Fleabag, da Amazon, faturar como série de comédia.

Phoebe Waller-Bridge e sua premiada série Fleabag. Crédito: Frederic J. Brown/AFP

 

Tom Hanks, 63 anos, foi homenageado com o prêmio Cecil B. DeMille por sua incrível carreira como ator. Ele já venceu o Globo de Ouro quatro vezes, com Quero ser grande (1989), Filadélfia (1994), Forrest Gump (1995) e Náufrago (2001) - por Filadélfia e Forrest, ele também faturou o Oscar. Já a apresentadora Ellen DeGeneres ganhou o prêmio Carol Brunett, troféu dedicado a personalidades influentes da TV.

LISTA DE VENCEDORES:

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