Em cartaz no Recife, espetáculo faz um passeio pela história da música brasileira

Em cena, um repertório de 29 canções e muitas histórias sobre as composições. (Foto: Caio Gallucci/Divulgação)

Com um passeio pela música brasileira, o espetáculo Grandes encontros da MPB chega aos palcos do Recife a partir desta quarta (8), no Teatro RioMar. O musical reúne composições e parcerias consolidadas e conta com sucessos do passado e recentes. Segue em cartaz até a sexta-feira (10), sempre às 21h, com ingressos a partir de R$ 25. A montagem estreou em outubro no Rio de Janeiro, seguiu para São Paulo e as próximas apresentações já estão marcadas para Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba.

“É um espetáculo necessário para perceber como a cultura brasileira é rica. Mostramos para o público como temos histórias e referências em todas as regiões do país, mostramos como somos bons no que fazemos. Quem assiste ao espetáculo sai orgulhoso de ser brasileiro”, ressalta Bruna Pazinato que interpreta as canções Chega de saudade, Eu sei que vou te amar, Sei lá, Admirável gado novo, Canto das três raças e O tempo não para, além das músicas cantadas em parceria com o elenco. A peça inicia com a canção Festa da música, de Gabriel, o Pensador, que homenageia artistas de todos os gêneros, e o encerramento fica por conta de Flutua, de Johnny Hooker e Liniker, nomes da nova geração.

As canções do espetáculo foram escolhidas pela diretora musical Délia Fischer e atravessam gerações e gêneros como bossa nova, Jovem Guarda, MPB, samba e rock. Muitas foram frutos de parcerias, como Se todos fossem iguais a você, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, É proibido fumar, de Roberto e Erasmo Carlos, e Sociedade alternativa, de Raul Seixas e Paulo Coelho. Entre as 29 canções do repertório, também há obras de Toquinho, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Elba Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Clementina de Jesus e Cartola.

Além de Bruna, o elenco é formado pelos cantores Édio Nunes, Ariane Souza, Franco Kuster, Júlia Gorman e Thiago Machado. Em cena, também há espaço para depoimentos bem-humorados, histórias e curiosidades das composições. “Durante a minha formação musical, estudei muito João Gilberto e Elis Regina, então eu acabei tendo uma intimidade grande com essas músicas”, conta Bruna. Para ela, a interpretação de Admirável gado novo, do paraibano Zé Ramalho, foi a que mais a comoveu. Assim como nessa canção, muitas músicas compostas por homens foram experimentadas em vocais femininos - e vice-versa - no espetáculo.

“Esse musical é uma afirmação da nossa cultura. Precisamos elevar a autoestima do brasileiro, ouvir a nossa música. É um show teatralizado”, destaca o diretor Sergio Módena. O figurino aposta em uma mistura da pop art com o barroco e foi feito de forma artesanal por Karen Brustollin. A cenografia, composta por grandes painéis, é de Dina Salem Levy. Segundo o roteirista do musical Pedro Brício, o projeto exalta também a construção de grandes amizades. “São encontros que duraram décadas, não só artisticamente, mas afetivamente. Caetano e Gil, por exemplo, não compuseram tantas canções, mas viveram juntos em Londres. A parceria foi além da música, foi um encontro de vida.”