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Democracia em Vertigem é esperança do Brasil no Oscar

Por: Mariana Peixoto

Por: Uai

Publicado em: 12/01/2020 15:15 | Atualizado em: 12/01/2020 15:32

 (Foto: Netflix/Divulgação)
Foto: Netflix/Divulgação

A briga começa efetivamente nesta segunda-feira (13). Será mais curta do que em edições anteriores, mas promete bons lances ao longo das próximas semanas. Às 10h15 de amanhã (horário de Brasília), serão anunciados os indicados ao Oscar 2020, a 92ª edição do maior prêmio da indústria cinematográfica americana.

Neste ano, a cerimônia de entrega das estatuetas será realizada duas semanas mais cedo do que o habitual – em 9 de fevereiro, e não no final do mês, como costumava ser ou até mesmo em março.

A mudança da data encurta não só o tempo entre o anúncio dos indicados e a entrega dos prêmios, mas também o período de votação para a definição dos vencedores. Os atuais 8.469 votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood terão de 30 deste mês a 4 de fevereiro para escolher seus candidatos preferidos no Oscar.

Regras à parte, o que interessa neste momento é quem estará na competição. O Oscar, vale lembrar, é o ponto máximo (e o último a ser entregue) da temporada de prêmios. Antes dele, há mais de uma dúzia de premiações, muitas de segmentos (sindicatos de roteiristas, de atores, de diretores etc). Os que contam como termômetro para o Oscar são aqueles que têm os mesmos votantes da Academia, obviamente.

Globo de Ouro
Os premiados na tradicional porta de entrada da temporada, o Globo de Ouro, entregue no domingo passado (5), foram escolhidos pela Associação de Correspondentes Estrangeiros em Hollywood, um grupo formado por 90 jornalistas, que não pertencem ao quadro de votantes da Academia de Hollywood. Portanto, ele não é um bom termômetro dos humores do Oscar.

Basta lembrar que, no ano passado, Glenn Close, merecidamente, levou o Globo de Ouro por A esposa. Quando todos imaginavam que repetiria a dose no Oscar (afinal, a veterana na época já havia recebido seis indicações, sem nunca vencer), ela perdeu a estatueta para a britânica Olivia Colman, por A favorita.

Fato é que a briga streaming versus estúdios de cinema, que vem marcando esta temporada com mais força, graças ao milionário investimento da Netflix – com O Irlandês, de Martin Scorsese, com orçamento de US$ 159 milhões, capitaneando o time de grandes produções viabilizadas pela plataforma – deverá continuar na pauta. No ano passado, quando todos davam como certo o prêmio para Roma, de Alfonso Cuarón (Netflix), a Academia optou por uma escolha mais fácil e popular, digamos assim: Green Book – O guia, de Peter Farrelly.

A escolha do Globo de Ouro mostrou claramente a opção dos correspondentes estrangeiros pelo cinema em detrimento do streaming ao delegar a 1917, de Sam Mendes, os prêmios de melhor filme em drama e melhor diretor. O agradecimento do diretor – “Espero que as pessoas assistam na tela grande, porque foi essa a nossa intenção” – só reforçou esta ideia.

A Academia vai escolher até 10 longas para competir na categoria de melhor filme. Há pelo menos quatro vagas que têm ocupantes dados como certos: os já citados 1917 e O Irlandês, Era uma vez...em Hollywood, de Quentin Tarantino, e História de um casamento, de Noah Baumbach, outra aposta da Netflix.

Outro que parece ter boas chances de entrar na corrida é Adoráveis mulheres, de Greta Gerwig, pois a Academia adora uma adaptação literária (e a costura que a diretora fez para uma história já filmada muitas vezes é para lá de interessante) e Ford vs. Ferrari, de James Mangold, pois narrativas biográficas têm sempre espaço entre os votantes.

Para além de perfis mais tradicionais, há o musical Rocketman, de Dexter Fletcher (este seria o Bohemian Rhapsody deste ano), e Jojo Rabbit, de Taika Waititi, que venceu o prêmio de público do Festival de Toronto. A mostra canadense, em mais de uma ocasião, foi um indicativo positivo para o Oscar.

Não dá para tirar da lista Parasita, do sul-coreano Bong Joon Ho. O filme-sensação de 2019 (seria o Roma do ano), que, caso não leve o principal prêmio, não deve sair de mãos abanando da cerimônia – há pouca dúvida de que ele será o vencedor do Oscar de melhor filme internacional. Como décimo candidato – caso realmente sejam 10; a Academia pode optar por um número menor – uma opção é Coringa, de Todd Philipps, abraçando a incensada interpretação de Joaquin Phoenix e a vontade da Academia em abarcar filmes inspirados nos quadrinhos, depois da bem-sucedida experiência de Pantera Negra.

O Oscar, no entanto, é sempre incerto. Há ainda outros filmes que correm por fora, como Dois Papas, de Fernando Meirelles – neste caso, a torcida brasileira é enorme –; O escândalo, de Jay Roach, filme que tem tudo a ver com a Hollywood da era #MeToo, e A despedida, de Lulu Wang, produção independente que já teve seu reconhecimento pela interpretação da jovem Awkwafina.

Martin Scorsese, Sam Mendes, Quentin Tarantino, Bong Joon Ho e Noah Baumbach são os nomes mais fortes para figurar na lista de diretores. Caso essas indicações se concretizem, a falta de representatividade feminina poderá voltar à pauta de polêmicas, como ocorreu no caso das indicações ao Bafta, o “Oscar britânico”.

Na categoria principal de atores deverão estar Antonio Banderas (que fez sua redenção com Dor e glória, de Pedro Almodóvar, e foi devidamente reconhecido no Festival de Cannes), Leonardo DiCaprio por Era uma vez...em Hollywood, Adam Driver por História de um casamento, Taron Egerton por Rocketman, e Joaquin Phoenix por Coringa – os dois últimos, vale dizer, foram os escolhidos em comédia e drama pelo Globo de Ouro.

Entre as atrizes, o embate deverá ser entre Scarlett Johansson (História de um casamento), Saoirse Ronan (Adoráveis mulheres), Charlize Theron (O escândalo), Renée Zellweger (Judy), Awkwafina (A despedida) – as duas últimas foram as vencedoras do Globo de Ouro.

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