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CULTURA

Primeiro grupo feminino de Cavalo Marinho faz apresentação no Recife

Publicado em: 25/12/2019 17:22 | Atualizado em: 25/12/2019 19:45

Vindo da Zona da Mata Nordestina, o Cavalo Marinho é uma variação do Bumba-Meu-Boi. (Foto: Carlos Rafael)
Vindo da Zona da Mata Nordestina, o Cavalo Marinho é uma variação do Bumba-Meu-Boi. (Foto: Carlos Rafael)
Imaculada Salustiano vive o Cavalo Marinho desde sua infância. Muito por influência de seu pai, Mestre Salustiano. Ao crescer cercada pela cultura, ela decide abrir espaço para mulheres dentro de uma tradição de homens, criando o primeiro grupo de Cavalo Marinho composto apenas por brincantes mulheres: o Flor de Manjerona. O grupo tem sua estreia hoje, abrindo a 25ª edição do Encontro de Cavalo Marinho, na Casa da Rabeca, em Olinda. O evento gratuito reúne outros folguedos pernambucanos, a partir das 18h, com acesso gratuito.
 
"No nosso universo, o protagonismo sempre foi do homem. No começo, a gente ficava só olhando e desejando, até que, na década de 1990, começamos a substituir brincantes faltosos e passamos a ocupar cada vez mais espaço", conta Imaculada. Fundado recentemente, ainda em julho de 2019, o grupo Flor de Manjerona é formado pelas irmãs Moca Salu (Imaculada Salustiano), Mariana Salustiano, Betânia Salustiano e Bia Salu (as Salustianas), mais 17 mulheres e 6 crianças que usam a poesia, a música e o movimento para dar vida ao primeiro Cavalo Marinho de mulheres do Brasil.
 
Para Imaculada, ocupar esse espaço é também uma forma de empoderamento das mulheres, que a partir da recondução de um aparato cultural afirmam o protagonismo feminino. "O Cavalo Marinho é um brinquedo tradicionalmente ocupado por homens. Ter um grupo formado só por mulheres mostra que a cultura popular também é espaço de afirmação da força e do protagonismo feminino. A estreia do grupo vai ser a realização de um grande sonho das Salustianas. Vai ser também a oportunidade de empoderar as mulheres brincantes que partilham o sonho de atuar de maneira igualitária aos homens nesta manifestação", reitera.
 
Vindo da Zona da Mata Nordestina, o Cavalo Marinho é uma variação do Bumba-Meu-Boi. A tradição do folguedo tem muito relação com a religiosidade regional, que ganha seu ápice no Natal, com performances que envolvem música, teatro, coreografias e falas improvisadas, e prestam homenagem aos Reis Magos, que na tradição cristã teriam visitado Jesus logo após o seu nascimento. O Cavalo Marinho se divide entre o banco, a galantaria e outras figuras. Na apresentação de hoje, todas elas serão interpretadas pelas mulheres do Flor de Manjerona, da Rabeca (um dos principais instrumentos do banco), até personagens como o Mestre Ambrósio, o Capitão Marinho e o Vaqueiro.
 
No 25º Encontro de Cavalo Marinho também se apresentam os grupos Boi Matuto, Boi da Luz, Estrela de Ouro, Estrela Brilhante e Boi Pintado. O evento integra o calendário de festejos capitaneados pelos filhos e netos para manter o legado de Mestre Salu, um dos maiores símbolos da resistência da cultura popular do nosso estado, falecido em 2008.
 
SERVIÇO 
25º Encontro de Cavalo Marinho
Quando: Quarta-feira (25), às 18h
Onde: Casa da Rabeca, Rua Curupira, 340, Cidade Tabajara – Olinda/PE
Quanto: Entrada  gratuita 
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