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'Estamos evoluindo, mas a passos espaçados', diz Pabllo Vittar. Confira a entrevista

Publicado em: 09/11/2019 13:16 | Atualizado em: 29/12/2020 21:50

 (Foto: Ernna Costa/Divulgação)
Foto: Ernna Costa/Divulgação


Pabllo Vittar retorna a Pernambuco neste sábado (9) para o segundo show de sua nova turnê, NPN 2.0, após lançamento em São Paulo. O Espaço Memorial Arcoverde, em Olinda, ganhou uma estrutura apelidada de “Vittarland”, que sediará o evento a partir das 22h. São oito meses que separam a atual vinda da cantora com a memorável apresentação no Rec-Beat, palco alternativo do carnaval da capital. O Cais da Alfândega ficou caótico com a presença da drag queen, que já era uma das principais estrelas do mainstream brasileiro. Mas muita coisa ocorreu nesse período. Agora, Vittar retorna com um ar distinto de pop star da atualidade: ela é uma diva brasileira em processo de internacionalização.

Em novembro, a drag queen de 24 anos venceu o prêmio de Melhor Artista Brasileira no MTV Europe Music Awards (EMA), na Espanha - Anitta havia sido a ganhadora nos últimos três anos. O êxito foi a “cereja do bolo” de um ciclo de eventos internacionais em 2019, como o show no festival Coachella, na Califórnia, e destaque em paradas LGBTQIs pelo mundo. Recentemente, apareceu na lista Novos Líderes da Geração, da revista estadunidense Time.

Pabllo volta com novidades. No início do mês, lançou as quatro primeiras músicas do projeto 111, que inclui parceria com a norte-americana Charli XCX, Flash pose. As demais canções explanam a intenção de versatilidade: Amor de que é um forró estilizado. Parabéns, em parceria com Márcio Vitor (Psirico), é um brega-funk com as mesmas métricas musicais dos produtores recifenses, enquanto Ponte perra é um pop eletrônico com pegada latina.

Entrevista - Pabllo Vittar, cantora
 (Foto: Ernna Costa/Divulgação)
Foto: Ernna Costa/Divulgação


A revista Time te elegeu como uma das “líderes da nova geração”. Por que você acredita que foi elencada nessa lista? Como se sentiu ao aparecer nela?
Eu fiquei muito honrada e feliz. Luto todos os dias por mais igualdade, respeito e união. Uso meu espaço e minha música para representar uma comunidade e ter esse reconhecimento é importante para trazer ainda mais luz a tudo isso. 

Como foi para você estar no EMA, se apresentar e ainda voltar premiada?
Foi um dia muito especial na minha vida e carreira. Ser a primeira drag queen do mundo a ganhar um prêmio no MTV EMA e a primeira a se apresentar nessa premiação é histórico. Esse é também o resultado de muito trabalho e luta. Sempre assisti ao EMA e me imaginava um dia ali. Consegui. Realizarei esse sonho. Por isso sempre digo para que ninguém desista de seus sonhos. Até hoje eu só tenho a agradecer a Deus, aos meus fãs, minha família e equipe por essas conquistas.

A roupa que você usou no tapete vermelho do EMA foi realmente um protesto ao óleo no litoral nordestino? Como surgiu a ideia para aquele look?
Sim, foi um protesto. Assinado pelo meu stylist João [França Ribeiro], o vestido é exclusivo de Rober Dognani. Precisamos falar e agir para mudar o que é necessário.

Sobre seu novo EP: tem pop, forró estilizado, brega-funk. É um desejo seu ser essa artista versátil?
Minha música sempre teve muitas referências de todo tipo de música. Acho isso enriquecedor e ao mesmo tempo traduz muito do que eu gosto de ouvir. Adoro misturar estilos e trazer referências para o meu trabalho.

O forró é gênero musical muito consumido pelo público heterosexual. Acredita que sua investida nesse ritmo é uma quebra de tabu?
Acho triste pensar que é interpretado como quebra de tabu apenas por eu ser uma artista LGBTQ+. Eu faço música para todos, mas sou consciente da importância que é ser uma drag queen no palco alcançando cada vez mais espaço. Espero que tenhamos cada vez mais visibilidade e com respeito aos diferentes talentos.

A faixa Parabéns tem influência do brega-funk do Recife. Você também chegou a dançar o “passinho” no Rec-Beat de 2019. O que acha desse gênero?
Eu acho um gênero muito animado e dançante, combina com a alegria de Parabéns. Sobre o Rec-Beat, foi incrível estar naquele momento ao lado do povo recifense.

Se você pudesse desejar algo para o Brasil agora, o que seria?
Muita coisa! Mais respeito para todos - aos LGBTQ’s, mulheres, crianças, meio ambiente. Mais amor, segurança, igualdade social, liberdade de expressão, responsabilidade e justiça. Acho que estamos evoluindo, mas ainda a passos espaçados, infelizmente. 

Qual é o sentimento de ser uma das maiores popstars do Brasil hoje?
De gratidão aos meus fãs, família e equipe. É uma sensação de que o céu é o limite para qualquer pessoa que sonhe. É uma alegria levar minha música para tantos lugares.
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