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Seu Jorge é líder de facção criminosa em nova superprodução da Netflix

Publicado em: 14/10/2019 14:56 | Atualizado em: 29/12/2020 21:32

Naruna Costa e Seu Jorge protagonizam nova série (Foto: Netflix/Divulgação)
Naruna Costa e Seu Jorge protagonizam nova série (Foto: Netflix/Divulgação)


São Paulo - Dando continuidade a um projeto de expansão do catálogo nacional, a Netflix vai estrear no dia 25 de outubro a série Irmandade, sobre uma facção criminosa de São Paulo durante a década de 1990. O projeto nasceu entre uma parceria inédita do serviço de streaming com a O2 Filmes, produtora responsável por sucessos internacionais como Cidade de Deus (2002). A direção é de Pedro Morelli, filho de Paulo Morelli, com produção geral de Andrea Barata e Bel Berlinck. O elenco é encabeçado por Seu Jorge, Naruna Costa, Lee Taylor, Danilo Grangheia, o estreante baiano Wesley Guimarães e os pernambucanos Hermila Guedes e Pedro Wagner. Disponibilizada em 190 países, com oito episódios de 45 minutos, a novidade teve detalhes anunciados em coletiva de imprensa realizada na capital paulista.

A trama tem como protagonista a advogada Cristina (Naruna Costa), funcionária do Ministério Público que descobre que seu irmão presidiário, Edson (Seu Jorge), é líder de uma facção criminosa ainda em ascensão. Assim, ela acaba sendo forçada pela polícia a se infiltrar na organização para atuar como informante, uma estratégia que a faz conhecer não apenas o submundo do crime, como também várias ambiguidades em seus valores éticos e morais. “A Netflix chegou para a O2 Filmes com temas que gostaria de trabalhar. Quando optamos falar de facções, tínhamos abordagens possíveis”, diz o criador e showrunner Pedro Morelli, que divide a direção com Gustavo Bonafé e Aly Muritiba.

“Não queríamos como protagonista um policial investigador ou um líder da facção, pois seria repetitivo. Então surgiu a ideia de trabalhar com uma mulher. Abordamos esse universo através da ótica da mulher, dentro e fora da prisão. Para isso, precisávamos estar fora da era do telefone celular, pois com o surgimento desses aparelhos os presos passaram a se comunicar mais entre si, diminuindo o papel das mulheres como mediadoras e informantes nas visitas aos presídios. Optamos por 1994 por isso”, diz Morelli, também responsável pelas temporadas de 2017 e 2018 da série Cidade dos homens, na TV Globo.

Elenco durante coletiva de Irmandade, em São Paulo (Foto: Helena Yoshioka/Divulgação)
Elenco durante coletiva de Irmandade, em São Paulo (Foto: Helena Yoshioka/Divulgação)


De acordo com Andrea Barata, a produção envolveu 280 pessoas, 500 figurante e 40 locações, sendo a principal delas um presídio real de Curitiba. Eles trabalharam em uma área desativada da construção. “Fizemos uma vasta pesquisa sobre o universo das facções e descobrimos que elas surgiram como uma reação a um cenário de opressão muito forte dentro do sistema carcerário, mas acabaram crescendo de forma grandiosa para atuar no crime organizado, como conhecemos hoje. Apesar disso, não existe nenhuma inspiração em histórias reais”, continua Morelli.

No elenco, Seu Jorge é o rosto mais famoso. Artista multifacetado, ele já trabalhou em grandes filmes nacionais, mas só agora estreia no streaming. “O Edson, líder da Irmandade, é um personagem duro de verdade. Foi preciso preservar energia para não perder a linha do que estava sendo feito. Foi muito intenso, não consigo parar de imaginar como é viver naquele universo, onde tudo está por um fio e muitos tentam manter o mínimo de decoro”, diz Jorge, que teve ajuda do rapper Mano Brown para recordar das gírias e trejeitos da periferia paulistana nos anos 1990. O Racionais MC’s, inclusive é bastante presente na trilha sonora.

Essa intensidade nas gravações também foi destacada pela protagonista Naruna Costa, atriz, cantora e diretora paulistana que pesquisa processos criativos na periferia. Em 2018, ela foi a primeira mulher negra premiada na categoria Melhor Direção da Associação Paulista dos Críticos de Arte. “Assim como quem assiste, a todo momento eu me perguntava o que eu faria no lugar da personagem. É uma menina negra, da periferia, que consegue se formar advogada e trabalhar no Ministério Público, mas isso se quebra quando ela reencontra o irmão. Acho que o mais interessante da série é sobre como as ideias do que é correto, de justiça, de lei, vão se desfazendo. Existe uma desconstrução da ideia de moralidade quando ela se encontra com outras realidades e formas de ver o mundo. E vamos repensando com ela”.

 (Foto: Netflix/Divulgação)
Foto: Netflix/Divulgação


Naruna também ressaltou como a série parte de uma necessidade de expor desigualdades sociais e raciais do Brasil. “O racismo não é um problema que os negros têm que resolver, mas sim a população toda. Quando o Pedro Morelli, que é branco, toma como questão assuntos que são tabus, é algo maravilhoso. Tivemos que observar muito para não cairmos em estereótipos. O Pedro tem uma escuta muito grande e se propõe a dialogar. Eu e o Seu Jorge temos memórias vivas do que era a periferia de São Paulo, ele colheu tudo isso e conseguimos fazer um jogo de troca de informações muito precioso”.

O pernambucano Pedro Wagner, do conhecido grupo teatral Magiluth, interpreta o  explosivo Carniça, um outro líder da Irmandade, responsável por cenas violentas. “Foi difícil montar esse personagem. Tive como referência o filme Coração selvagem, do David Lynch, pois o Carniça sempre aparece nesse lugar de tensão, de pré-horror, é tudo muito pesado. Eu tive muito medo de que pudesse ficar caricato demais, mas tive liberdade da direção para não ficar preso em caricaturas”, diz o ator, que manteve seu sotaque pernambucano no personagem.

* O repórter viajou à convite da Netflix
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