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CINEBIOGRAFIA

Filme sobre a história do médium baiano Divaldo Franco estreia hoje nos cinemas

Publicado em: 12/09/2019 10:02

Ator pernambucano Bruno Garcia interpreta o médium na fase adulta. Foto: Divulgação
Um dos gêneros mais disseminados no cinema contemporâneo são as cinebiografias. Desde Amadeus (1984), Frida (2002), A rede social (2010), passando pelos casos de sucesso nas bilheterias mais recentes como Bohemian rhapsody (2018) e Rocketman (2019), elas adaptam para o cinema histórias de feitos extraordinários e seus legados na nossa sociedade. Divaldo, o mensageiro da paz, filme dirigido Clovis Mello que estreia hoje, localiza-se exatamente nessa seara de produções e conta a história do médium baiano que dedicou sua vida a levar a mensagem de amor da doutrina espírita.

O longa segue de forma didática o formato consolidado pelas cinebiografias hollywoodianas. Desde sua infância, acompanhamos a trajetória do espírita e escritor, passando pelo rompimento de sua família com a doutrina católica até a seu extenso legado de caridade e divulgação da doutrina, incluindo a instituição Mansão do Caminho e seu primeiro livro, entre os mais de 250 que psicografou.

Para dirigir o filme, Clovis Mello conta, em entrevista ao Viver, como foi o processo de estudo e a seleção de recorte temporal. “Para me auxiliar nas questões da doutrina espírita e das obras de Divaldo, me debrucei sobre os livros de Joanna de Ângelis (entidade que acompanha o médium desde sua infância). Divaldo tem 92 anos e muitas histórias, eu sabia que não caberia tudo no longa. Então, optei por mostrar o período da formação dele, de sua introdução ao espiritismo até o momento do lançamento do seu primeiro livro, quando se torna verdadeiramente um médium”, afirma. 

Em oposição ao espírito bom que guia Divaldo, somos apresentados também ao seu espírito obsessor (interpretado por Marcos Veras), que reforça a polarização. Desde o rompimento da família de Divaldo com a igreja por conta da recusa de uma missa para sua irmã que cometeu suicídio, o filme articula um questionamento a certos procedimentos da instituição. Para o diretor, não existe uma reiteração de crítica para além “dos fatos biográficos”, já que as representações católicas se manifestam tanto no que há de bom, quanto no que há de ruim no filme. “Não existe crítica à Igreja Católica. O que existe é um embate entre os espíritos, o obsessor e o de Joanna. O espírito obsessor que acompanha Divaldo desde sua infância, isso é um fato em sua biografia. Assim como o espírito obsessor parece um padre, o espírito bom também é católico, inspirado na figura de Santa Clara”, explica o diretor.

Em sua fase adulta, o médium é interpretado pelo pernambucano Bruno Garcia. O ator conta que não tinha aprofundamento na doutrina espírita, mas para interpretar o papel foi em busca de O livro dos espíritos, de Allan Kardec. “Um dos maiores desafios que podem apresentar para um ator é interpretar alguém real, que não saiu da cabeça de um autor. Ainda mais se este ainda está vivo. A despeito desse aspecto especial, Divaldo teve registrados seus gestos e voz ao longo de muitos anos e esse material foi fundamental para meus estudos. Outra tarefa delicada foi alinhar minha interpretação com a de Guilherme Lobo e a de João Bravo, os outros intérpretes de Divaldo”, conta o ator.

Além de seguir um formato bem estabelecido de narrativa, Divaldo, o mensageiro da paz apresenta de forma muito didática a mensagem da doutrina espírita, tanto para os que já conhecem, como para não familiarizados. “É uma mensagem de louvor ao que há de melhor na humanidade: o amor ao próximo, o acolhimento das diversidades, o respeito pelas opções religiosas. Uma mensagem de comunhão, uma visão de mundo que pode ser experimentada através da espiritualidade”, finaliza Bruno Garcia. 

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