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Música

Festival Virtuosi de Gravatá inicia programação com homenagem a Jackson do Pandeiro

Publicado em: 02/08/2019 17:22

O maestro e compositor Eli-Eri com o grupo Iamaká. Foto: Divulgação
O Festival Virtuosi, principal evento de música erudita em Pernambuco na atualidade, inicia sua 11ª edição em Gravatá hoje, a partir das 20h. Totalmente gratuita, a programação segue até o dia 9 de agosto, com apresentações realizadas na Igreja Matriz de Sant’Ana, Centro do município do Agreste. A direção musical do maestro pernambucano Rafael Garcia.

Entre as atrações, nomes locais e internacionais como a Orquestra Jovem de Pernambuco, os paraibanos Eli-Eri Moura e grupo Iamanká, os violinistas Elisa Fukuda (SP), Nicolas Giordano (Uruguai), Gilson Filho (PE) e os pianistas Ilya Ramlav (Rússia), Vera Astrachan (RJ) e Luis Felipe Oliveira (PE).

O centenário de Jackson do Pandeiro, comemorado recentemente no Festival de Inverno de Garanhuns, também será reverenciado na abertura do Virtuosi com a obra O réquiem dos oprimidos, do compositor paraibano Eli-Eri Moura, idealizador e fundador do Laboratório de Composição Musical da UFPB - COMPOMUS.

O espetáculo teve estreia no 10º Festival Internacional de Música de Campina Grande - FIMUS, no dia 10 de julho, data em que Jackson faleceu. Em Pernambuco, terá regência do maestro Vladimir Silva e participação do grupo Coro de Câmara de Campina Grande, acordeonista Helinho Medeiros e pelo Grupo Iamaká (da UFPB).

Outro destaque será na segunda-feira, quando a sessão A Nova Geração irá reunir os pernambucanos Gilson Filho (violino) e Luis Felipe Oliveira (piano), com peças de Schumann, Beethoven, Bazzini e Waxman. O recifense Gilson Filho começou seus estudos de violino no projeto Suzuki na comunidade do Alto do Céu, tendo feito mestrado pela University of New Mexico. Tem sido solista com as Orquestras Sinfônica da Paraíba, Festival Virtuosi, Festival de Música Eleazar de Carvalho, "Cores da Invenção" com o violinista Gilles Apap, entre outras.

Luis Felipe Oliveira, que também sobe ao palco sozinho com um recital de obras de Beethoven, Brahms e Chopin na quinta-feira, é natural de Gravatá. Detém importantes prêmios em concursos, a exemplo do Piracicaba International Competition (2017) e o Rachmaninov International for Young Pianists (2015).

ENTREVISTA - Eli-Eri Moura, compositor e músico
Eli-Eri Moura. Foto: Arquivo Pessoal
Como idealizou Requiem dos Oprimidos, peça em homenagem ao Jackson do Pandeiro?
O Requiem dos Oprimidos foi composto em memória do dia de seu falecimento, ocorrido há 37 anos. No entanto, não traz uma abordagem mórbida, pelo contrário, ela incursiona pela música popular, como funk, embolada, etc., e acentua traços da brasilidade e “nordestinidade” tão características de Jackson do Pandeiro. A obra é composta de nove movimentos, nos quais se intercalam seções tradicionais (em latim) do Requiem tradicional, com seções (em português) apresentando textos extraídos do Novo Testamento. Tais textos, a despeito da origem, refletem os anseios por equidade social e a luta dos oprimidos por sua emancipação no mundo. Nós fomos surpreendidos na estreia quando, no bis, a platéia em peso cantou junto com o coral, sob a empolgante regência do Maestro Vladimir Silva. Acredito que o caráter popular de várias das seções tenha despertado isso.

Você está inserido na música clássica há décadas. Em que momento estamos agora na música clássica?
Este é um momento muito difícil para a música clássica, por conta da conjuntura atual do país. Nós, que fazemos parte da área musical, especificamente da música de concerto, vivemos um momento de resistência, pois são ataques de todos os lados e de todos os tipos ao fazer artístico. Tenho certeza, no entanto, que a música e a arte em geral prevalecerão, pois são imbuídas, em suas essências, de ações libertadoras e emancipatórias. Cedo ou tarde, as liberdades de pensamento, de espírito, de criação, sempre terminam por vencer seus equivocados algozes, não há jeito.
 
Qual o papel que o Virtuosi tem tido para a cena clássica?
O Virtuosi exerce uma resistência, liderada por Ana Lúcia Altino, sua coordenadora, e pelo Maestro Rafael Garcia, seu diretor artístico, bem como pelos seus apoiadores. Conheço bem as batalhas enfrentadas pelos dois e sua equipe para manter o Festival, muitas e muitas vezes em situações absurdamente adversas. São dois heróis, pois se já é difícil criar eventos como este no país, muito mais difícil é mantê-los vivos por anos a fio, algo raríssimo no Brasil. Não há dúvidas que o Festival, com todas suas ramificações em capitais e cidades do interior, é o maior e mais abrangente além de mais longevo evento de música clássica no Nordeste! Tenho muito orgulho de ter participado diversas vezes dessa história vitoriosa do Virtuosi.

PROGRAMAÇÃO

SEXTA-FEIRA (2)
20h Requiem dos Oprimidos, de Eli-Eri Moura, com Coro De Camara De Campina Grande E Iamaká. Regência de Vladimir Silva

SÁBADO (3)
11h Música Medieval & Renascentista, de Iamaká
20h Mozart, Liszt & Rachmaninov, de Ilya Ramlav, Piano

SEGUNDA-FEIRA (4)
20h A Nova Geração, de Gilson Filho, violino
Luis Felipe Oliveira, piano  

TERÇA-FEIRA (6)
20h Schubert, Mozart & Guarnieri, de Elisa Fukuda (violino)
Vera Astrachan (piano)

QUARTA-FEIRA (7)
20h Schumann & Rachmaninov, De Nicolas Giordano (Violino)
Stanimir Todorov (Violoncelo)
Ilya Ramlav (Piano)

QUINTA-FEIRA (8)
20h Beethoven, Brahms & Chopin, de Luis Felipe Oliviera

SEXTA-FEIRA (9)
20h ORQUESTRA JOVEM DE PERNAMBUCO, de Nicolas Giordano,Taís Gomes, Stanimir Todorov & Elisa Fukuda
20h Beethoven, Brahms & Chopin, de Luis Felipe Oliviera

SÁBADO (10)
20h ORQUESTRA JOVEM DE PERNAMBUCO, de Nicolas Giordano,Taís Gomes, Stanimir Todorov & Elisa Fukuda
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