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Artes cênicas

Espetáculo de dança contemporânea em cartaz no Recife reflete sobre traição

Publicado em: 03/07/2019 09:27 | Atualizado em: 03/07/2019 09:31

O roteiro foi baseado no artigo científico de João Vidal. Foto: Fernando Azevedo/Divulgação
O espetáculo de dança contemporânea 15 para às 11 - Onde o tempo para e a dúvida persiste retorna ao Teatro Barreto Júnior, no Pina, a partir de hoje, seguindo em cartaz nos dias 7 e 10 - outras quartas-feiras de julho, com ingressos a R$ 20 e R$ 10 (meia). Logo quando estreou, em 2016, a peça do Grupo Arco chamou a atenção por apostar em um modelo diferente da linguagem contemporânea, trazendo a dança intercalada por um roteiro mais direto, com explicações narrativas e autorais ao fundo. A temática usa de sentimentos instintivos, sobretudo a traição, para criar um elo entre mulheres que vivem separadas por uma temporalidade de 100 anos.

O roteiro foi baseado no artigo científico de João Vidal, professor com especialização em bioenergética que fala sobre o “corpo traído”, como o ser humano tem desejos que interligam mente e corpo. No palco, a história acontece em dois tempos, ambas abordando histórias de duas mulheres casadas, que se envolvem com amantes, principalmente em decorrência de cotidianos e rotinas. A cada ato, bailarinos viajam por todos os sentimentos que permeiam as personagens, como amor, paixão, raiva, dor e angústias. Tudo isso proveniente de um mesmo ato: a traição.

“Por se passar em duas temporalidades diferentes, a mulher da atualidade (Lidiane Bérgamo) fica assustada com tudo que a outra (Aline Firma) viveu, 100 anos antes. O elo entre as duas é um jornal antigo. A personagem do nosso tempo tenta viver de uma forma diferente, para viver tudo o que a outra não viveu. Fazemos essa brincadeira com o tempo, que acaba contando uma história totalmente diferente, mas, ao mesmo tempo, igual em alguns aspectos”, diz o pernambucano Hygor Figueiredo, diretor-executivo do espetáculo.

Foto: Fernando Azevedo/Divulgação
A ficha técnica ainda é composta por Diego Magno (direção artística) e Max Perteson (sócio e gerente-geral), membros do grupo Arco, criado em 2012 para fomentar projetos independente com estéticas originais e abordagens inéditas na cena pernambucana. Para embalar as temáticas de amor e traição envolvidas na vida de uma mulher, a trilha sonora de 15 para às 11 é marcada pela MPB, incluindo composições de Chico Buarque, Ney Matogrosso, Elza Soares, Luiza Possi e Maria Gadú, além dos pernambucanos Lenine, Johnny Hooker, Otto e Juliano Holanda.

“Na época da estreia, os feedbacks foram ótimos”, continua Hygor. “Foi elogiado por ser um espetáculo bastante pernambucano, ao mesmo tempo diferente do tradicional. O público, principalmente as mulheres, se sentem incluídas. Se identificam com as músicas, as histórias. Os homens começam a enxergar a traição de uma forma diferente. A peça toca no ponto de que a traição existe, levando as pessoas a questionarem se perdoariam porque amam.”
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